

Ato III Cena II
Em seu quarto, Julieta pensa na noite de núpcias que a espera, ainda antes de ter notícias de que Romeu foi banido. JULIETA Noite que faz o amor, fecha o teu pano Pra que os olhos se fechem e Romeu Venha para esses braços invisíveis. Amantes sabem ver ritos de amor Pela própria beleza. Se ele é cego, O amor vai bem com a noite. Vem, ó noite, Sóbria maratona toda em trajes negros, E ensina-me a perder essa vitória Em que é jogada a pura virgindade. Cobre o meu sangue ingênuo, que palpita, Com o manto negro até que o amor, ousado, Veja o ato do amor como modéstia. Vem, noite, vem, Romeu, vem dia em noite, Pois nas asas da noite hás de mostrar-te Tão branco quanto a neve sobre um corvo. Vem, noite escura, delicada e amante; Dá a mim meu Romeu, e se eu morrer Retalha-o e faz com ele estrelas, E ele dará ao céu um rosto tal Que o mundo inteiro há de adorar a noite Recusando-se a adorar o Sol. Comprei uma mansão de amor, Mas não a tenho. Mesmo vendida, Ainda não fui possuída. O dia hoje É longo com a véspera de festa Pra menina que tem vestido novo Ainda sem usar. ~ William Shakespeare ~ |
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